Sobre a morte e estar presente
- Roberto Mendonça Maranho
- 15 de jun.
- 2 min de leitura
Sobre a morte e estar presente
No livro “A morte é um dia que vale a pena viver”, a médica Ana Claudia Quintana Arantes lida com o difícil tema da morte nos contando sua experiência com pacientes que não tem mais chances de cura. Como nos relata a autora, “morte natural é aquela que acontecerá em decorrência de uma doença grave incurável, que está piorando e para a qual a medicina esgotou suas possibilidades de tratamento. Nada impedirá a pessoa que tem tal doença de chegar à morte; é uma condição inexorável para aquela situação. É a essas pessoas, a esse paciente, que ofereço os Cuidados Paliativos”. A autora nos mostra que quando diante da morte, as pessoas desenvolvem um maior estado de presença. Ocorre que devemos apresentar esse estado ao longo da vida. Não podemos estar sempre esperando o fim do expediente, o fim de semana, as férias. Devemos estar presentes a cada segundo, viver o agora.
Eckhart Tolle, no livro “O Poder do Agora”, nos mostra que vivemos cada dia com nossa mente sempre presa ao passado ou ao futuro. Raramente ela está no momento presente, o agora. Temos que acalmar o imenso mar de pensamentos em nossa mente para estarmos mais próximos de estar em contato com nosso verdadeiro “Eu”. Se estamos fatiando um melão, não podemos estar pensando nas contas que vencerão daqui quinze dias nem relembrando da discussão que tivemos semana passada. Devemos estar atentos ao momento presente. Naquele instante, estamos apenas fatiando o melão, vivendo no agora.
Ana Claudia nos aponta ainda que sermos ótimos praticantes do momento presente nos traz conexões importantes. “A conexão consigo mesmo, com o outro, com a natureza, com o mundo à sua volta e com o que cada um de nós considera sagrado exige, antes de tudo, um estado de presença”.
A autora nos apresenta também que diante da morte virão questionamentos naturais. “Quem está morrendo buscará o sentido de estar ali; virão questionamentos dos pesos, dos fardos, dos medos, das culpas, das verdades, das ilusões.”
Quando vivenciamos o momento presente, teremos a oportunidade de experimentar a plenitude. “Quando dizemos que nos sentimos plenos é porque estamos com o pensamento, o sentimento, a atitude e o corpo, todos juntos, no mesmo lugar, ao mesmo tempo”.
Vivemos desesperados, pensando no amanhã, isto nos tira o sono, nos preocupa e nos faz correr contra o tempo, na pressa de querer algo que ainda não sabemos o que é... Desta forma, com esta correria de vida, nos esquecemos de viver o hoje, pois, o que temos de verdade nesta vida de incertezas, é o agora!
Jean Carlos de Andrade