A samambaia voadora
- Roberto Mendonça Maranho
- 12 de abr.
- 2 min de leitura
A samambaia voadora
Dois meses atrás, em Itajubá, estive em uma loja no parque da cidade. Estava só acompanhando minha namorada, dando uma olhada nas prateleiras sem nada em mente para comprar. Foi quando vi uma pochete! Maravilhosa! Fiquei atraído pela pochete e louco para comprá-la! Mas iria usar em que situação? Não me vinha na mente uma oportunidade para usar aquele acessório, mas sabia que não podia perder a oportunidade de comprá-la. Aí pensei: “um dia posso ir em uma cachoeira e ela seria bem útil”. Esse argumento não convenceu minha namorada que achou a pochete horrível! “Você vai usar essa coisa imensa na cintura? Só se for em momentos em que não estiver comigo”, disse brincando, mas com muito fundo de verdade. Não resisti e comprei.
Durante a faculdade eu tive uma moto Honda XLX 250. Foi fundamental para a época, para o livre deslocamento entre o campus e os locais em que morei. Para ir curtir com os amigos nas repúblicas, nas festas. Não pegava estrada, era só para usar dentro da cidade. Foram bons tempos. Em 2010 troquei por uma moto nova, mais moderna. Mas de lá para cá andei tão pouco que em determinado momento, vendi metade dela para meu irmão. Ficamos sócios na moto, dividindo os custos de manutenção e documentação.
Em 2018, após muitas crises de ansiedade, parei de andar com a moto. Aí ela ficou encostada para valer. Meu irmão usava de vez em quando, mas estava mais para uma samambaia que para uma motocicleta. E poucos dias atrás, após quase sete anos sem pilotar a moto, resolvi que era hora de voltar a curtir esse hobby e esse prazer. Uma beleza para estacionar no centro da cidade, frequentar os comércios e dar umas voltas sem destino certo apenas para curtir o vento no rosto.
Hoje resolvi que era dia de dar umas voltas. Passear, circular, andar sem rumo. Mas pra isso preciso de óculos escuros. Também dos óculos de grau. E da chave da casa. Da carteira. Do documento da moto. Do celular. Do controle da garagem. E agora? Aí entrou em cena ela... a pochete!!! Eu sabia que chegaria o grande momento! E daqui para frente junto com o capacete também vai sempre a bela pochete!
(Roberto Mendonça Maranho – 12/04/2025)
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